Por Tav Rosh Benyakóv
...Primeiramente, quem é o homem? Quantas diferentes ciências poderiam traduzir, em palavras, este ser tão plural e paradoxal? Como avaliá-lo do ponto de vista tecnológico, biológico, social, existencial, emocional? Como delimitar suas habilidades, criatividades, potencialidades? Como mapear o perfil de sua personalidade? Quantas variantes poderiam ser consideradas? Como compreender a ilimitude de si mesmo? Como interpretar ao próximo, bem como as controvérsias de suas culturas, etnias, pensamentos, ações e reações? Que ferramentas seriam necessárias à análise? As respostas seriam igualmente verdadeiras, infalíveis e incontestáveis? Todas as cátedras construiriam a mesma tese? ...Cada indivíduo tem sua digital e suas especificidades genéticas, sendo oriundo de diferentes contextos histórico-sociais. Logo, como seria possível sintetizar, ou generalizar, a essência da natureza humana? Os gênios e os intelectuais, dos diferentes ramos científicos, a cada dia fazem novas descobertas diante do infinito desafio... e sabem que pouco sabem!
Todavia, ironicamente, há quem queira propor teses irrefutáveis sobre Deus! Há criaturas que desejam compreender plenamente o Incriado! Seres finitos tentando conceber o infinito! Espécimes efêmeros tentando conter o atemporal. Cegos tateantes que consideram-se doutores em estética, surdos que intitulam-se críticos musicais, símios que imaginam-se teólogos... Mas são apenas insanos! E é preciso ser ainda mais tolo para dar-lhes crédito! Afinal, quem é o homem – que ainda não conhece perfeitamente a si mesmo, a sua própria natureza e habitat – para julgar-se capaz de definir a Deus? O cão é quem pensa conhecer o seu dono pelo cheiro! Mas o que seria o homem para o cão, que o distingue tão bem dentre os estranhos? É aquele que o nutre de comida e carinho? Que o acorrenta? ...Ele nunca saberá conceituar profundamente o seu dono, nunca entenderá a grandeza do universo humano... Alguém já disse que os cães pensam que o homem é seu escravo: basta latir para ser servido! E nós, que sequer conhecemos o cheiro de Deus, sequer o vemos, sequer o tocamos, como poderíamos delimitá-lo? Como poderíamos escravizá-lo? Basta latir para que Ele nos atenda e nos sirva? Ele não pode ser dissecado, posto numa lâmina macroscópica, nem questionado num divã... Provavelmente habita noutro mundo, noutra dimensão, noutra realidade...
Não sabemos quase nada sobre o homem, o dna, a folha de uma árvore, átomo, vírus, estrelas ou galácteas, mas queremos adivinhar os atributos do criador do universo? Queremos defender teses teológicas ou doutrinas canônicas? Por causa das insanidades teológicas há tantas religiões, templos, dogmas, guerras e cemitérios... Se ninguém surtasse na busca da verdade transcendental e do poder, haveria menos leis alienadoras e escravistas... mais liberdade e paz! Todos seriam igualmente livres-adoradores do Deus indizível! Na cultura judaica, nem mesmo Deus ousou definir a si mesmo! Diante de Moisés, quando indagado, Ele apenas respondeu: “Sou o que Sou!”. Ele não denominou-se azul ou verde, bom ou mal, bonito ou feio... não utilizou-se de adjetivos castradores e delimitadores, nem de subterfúgios da razão, nem formatou-se por meio de uma caricatura. Antes, preservou a plenitude de sua identidade, imperscrutável e inenarrável, na definição do verbo “ser”. Deus é o que é, o que quer ser, o que sua natureza divina o permite que seja. Não o entenderíamos jamais! Assim como o cão não perceberia nada além do hálito, caso quisessem convencê-lo por meio da retórica!
Deus é Deus – e isto é o que importa! Se é aquele que nos alimenta ou nos acorrenta, ou se é livre e nos emana liberdade, ainda não sabemos. Deus é indizível e isto me fascina! Pois se não consigo compreender um simples inseto, e mesmo assim pudesse compreender a Deus, isto o tornaria inferior ao inseto e a mim próprio. Se Ele fosse tão simplório – tão contraditoriamente conceituável e absurdamente definível pela limitação empírica do intelecto humano - eu não mais poderia chamá-lo de Deus. A inacessibilidade e a indefinibilidade de Deus é o que o torna superior e verdadeiramente divino! Creio que Deus é Deus porque não posso esmiuçá-lo e explicá-lo, nem torná-lo análogo a nenhuma outra criatura! E, tal como um cão, posso apenas senti-lo e amá-lo, aceitar seu zelo, confiar em sua proteção, perceber seu amor e sua divina supremacia... Mas a minha natureza humana não me permite compreendê-lo! Ele não cabe em minhas elucubrações mentais e nem pode ser recriado ou forjado em pretensas teorias teológicas, como se fosse medíocre ídolo de barro esculpido pelas mãos de um exímio artífice! Deus é Deus, simplesmente Deus - e somente por isto o adoro! Baruch hashem! (Acesse também: http://escritoralef.blogspot.com/)
Ótimo! Por isso que querer deFINIR Deus é algo totalmente errôneo. É delimitar, impôr limites no ilimitável !!!
ResponderExcluirAbraços
Shalom e Salaam! Isto me lembra um ditado sufi que diz que ALLAH é sempre diferente de como o imaginamos, ou seja, nossa mente nunca consegue apreendê-LO. No entanto, como diz um dito do Profeta Muhammad (Maomé)sobre ALLAH: "Os Céus e a Terra não podem me conter exceto pelo coração do meu servo sincero".
ResponderExcluirELE sempre esta a um universo á nossa frente!
ResponderExcluiro que delimita nossa compreençao sobre o Eterno,e´que o ser humano, deveria se preocupar em apenas ser feliz por ter um ser tao poderoso que noa ama nos guarda, que por mais que ELE sEja quem ELE E´,se deixa encontrar sempre vem ate nos criaturas despreziveis e pecadoras,quanto mais eu sei dele mais o amo por sua natureza ,veja na histoRia E DEUS CRIOU O HOMEM A SUA SEMELHANÇA
E DEUS APARECEU A MOISES NUMA SARSA ARDENTE ,
PROVA QUE NOS AMA,
DIARIAMENTE COM O NASCER DO SOL,
ELE CONHECE BEM A NOSSA NATUREZA HUMANA E NAO NOS DESPREZA AO CONTRARIO SEU FILHO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NOS E SUBU AO CEUS E LEVOU ESSA CARNE HUMANA LOGICO PURISSIMA, POR SER ELE QUEM ELE E´DEUS NAO SE EXPLICA SE AMA APENAS, EU ACHO QUE NUNCA PODEREMOS CONHECE-LO EM SUA TOTALIDADE, MAS DEIXA-NOS PISTAS ............NIGUEM VAI AO PAI SE NAO FOR POR MIM EU SOU O CAMINHO......MAS OCORAÇAO QUE O AMAR DE VREDADE SABERA DE SUA DELICIAS ............BJOS
E DEUS,
VOCE ESTA DEMAIS CONTINUE ESCREVENDO SEREI EU SUA FIEL LEITORA BJOSSEMPRE EM SEU CORAÇAO DE SUA AMIGA ELISHEVA PARABENS!
ResponderExcluirCOMO É ELISHEVA?? "SE FEZ CARNE , HABITOU ENTRE NOS E SUBIU AO CEU???????????" HÃ????????? *______________*
ResponderExcluirDEUS É HOMEM?? RESPOSTA: "DEUS NÃO É HOMEM PARA MENTIR, NEM FILHO DO HOMEM PARA TER LASTIMA!"(NUMEROS 23:19) DEUS É ALTISSIMO ,ELE É UNICO E NÃO UNICIDADE IGUAL A DELE,ELE É INCORPOREO, CONCEITOS FISICOS NÃO SE APLICAM A ELE, NÃO TEVE PRINCIPIO NEM TERA FIM, NÃO PODE NASCER NEM PODE MORRER,ELE É ETERNO! E PARA AQUELES QUE PENSAM QUE DEUS PODE ALGUM DIA TER SE TORNADO UM HOMEM E VINDO PARA A TERRA E DEPOIS MORRIDO E RESSUCITADO(O QUE É UMA CRENÇA PAGÃ E IDOLATRA COPIADA DOS GREGOS E ROMANOS), AS ESCRITURAS SAGRADAS(QUE VCS CHAMAM ERRONEAMENTE DE "VELHO TESTAMNETO") DÃO A RESPOSTA: "PODERIA, POREM, DEUS MORAR VERDADEIRAMENTE NA TERRA? EIS QUE OS CEUS, SIM, OS CEUS DOS CEUS, NÃO PODEM TE CONTER; QUANTO MENOS ENTÃO ESTA CASA QUE EU TE CONSTRUI!"
(1 REIS 8:27) ABRA A SUA MENTE ! DEIXE DE ESCUTAR MENTIRAS DE IGREJAS E VA ESTUDAR AS ESCRITURAS SAGRADAS. MAS TODA ELA, COMO REALMENTE É, E NO IDIOMA ORIGINAL, E NÃO APENAS ALGUNS TEXTOS QUE O PASTOR LE PRA VC NA IGREJA , MAL TRADUZIDO TODO CHEIO DE ERROS E CHEIO DE FALSAS INTERPRETAÇÕES!
SHALOM!
PARABENS CHAVER PELA OTIMA MATERIA!!
ResponderExcluirKEEP IT UP!!!
;)
Chaver muito bom este texto parabéns
ResponderExcluirO Eterno nosso D'us é como o vento não podemos ve-lo mas podemos senti-lo.
Shalom,parabéns pelo blog.
Prezada Elisheva, o texto não permite a menor possibilidade de Deus de materializr em carne! Ou ele poderia ser visto, tocado, compreendido... e o meu artigo não teria nenhum sentido! Creio num Deus imaterial, q nunca se fez carne por razão nenhuma... Creio num Deus-Deus, não num deus-homem! De homem o planeta já está cheio! rs! Então, concordo com o Yonah!!! Grande abraço pra vcs!
ResponderExcluirMeu amigo vc sempre me supreende com suas palavras e idéias fico sempre muito contente por compartilhá-las comigo e com todos! penso q viver é um aprendizado, nem tudo podemos decifrar pq somos sim limitados e o desconhecido é que nos projeta para descobertas e mais descobertas intermináveis!
ResponderExcluirCaro amigo, sábias as suas palavras! Somos mesmo limitadíssimos e, por outro lado, capazes de mergulhar no infinito-desconhecido para desbravá-lo! É verdade! Penso que este ilimitado-limite, ou limite-ilimitado, é o que nos torna humanos e "demasiadamente humanos"! Grande Abraço!
ResponderExcluirAmigo,
ResponderExcluirVocê disse: "Ele não cabe em minhas elucubrações mentais e nem pode ser recriado ou forjado em pretensas teorias teológicas, como se fosse medíocre ídolo de barro esculpido pelas mãos de um exímio artífice! Deus é Deus, simplesmente Deus - e somente por isto o adoro!"
Esse deus de que fala não é outra coisa a não ser a ignorância. Isto de que fala não é uma divindade, mas uma negação, uma mudez. E esta ignorância, você afirma torná-lo divino! Só peço que tenha cuidado para ao visitar a Ásia, não diga que aquele prato exótico que vc nunca viu em vida é deus; afinal, será o mesmo processo!
Apesar disso, tbm creio que é impossível ao ser humano dizer algo de Deus, dado nossa limitação sensorial. Portanto, se formos falar algo de Deus, devemos falar o que ele não é! ISso é teologia negativa! Como afirmou Mestre Eckhart: "Deus, me afaste de Deus"! Afinal, isso que afirmamos ser deus, já é humano...
No mais, gostei do texto!
Viva ao ceticismo, viva a mística!
Grande Alan, admiro a sua imensa inteligência, especialmente por já conhecer muito de seus escritos e de suas idéias! Mas discordo completamente de sua afirmação "quanto à especiaria chinesa tb poder ser divina, caso siga o modelo de pensamento proposto pelo artigo"! rs! O texto não diz q tudo aquilo q "não se conhece seja divino". rs! Mas, apenas, q "não é possível conhecer intelectualmente o divino"! - São afirmações totalmente distintas! rs! Penso q todas as Ciências considerem este fato - razão pela qual Deus só é "objeto de especulação" da mística e da religião. E entenda q "não torno divina a ignorância" (rs!), mas apenas reconheço a "limitude” humana – esta, aliás, não restringe-se ao campo da Teologia! rs! Afinal, seria de uma imensa arrogância pseudofilosófica querer romper a "mudez" para "falar" sobre o infalável, "definir" o "indefinível”, ou “forjar respostas inquestionáveis” para aquilo q nunca foi verdadeiramente conhecido... E também não concordo com a "Teologia Negativa" (apesar de ser um princípio judaico amplamente aceito), pq tal negação sempre girará no entorno de algum eixo imaginário e jamais será resultado da experimentação e do conhecimento científico! Não poderia ser dito, "com certeza científica", nem mesmo q "Deus não é um sapato". rs! Pq se, de fato, Deus fosse um tipo de "irradiação" q transpassa, imanta, ou agrega todas as coisas em si, então ele tb "seria “sapato” e tudo o mais q existe". rs! Se toda a "criação" for uma "emanação de Deus", então, em tudo existiria uma partícula da natureza divina, "tudo seria uma extensão de Deus", tal como no panteísmo. Tanto a “afirmação” quanto a “negação” partem de premissas, suposições, conjecturas, valores culturais pré-concebidos... Assim, a “negação do q Deus é" não consiste num tipo de verdade científica, mas se constitui em mais um pretenso tipo de teologia - ferramenta da vivência e do imaginário, tal como a poética. Sob este raciocínio, detecto outra contradição no seu argumento: "tb creio que é impossível ao ser humano dizer algo de Deus, dado nossa limitação sensorial". Afinal, se Deus for "onipotente" e quiser "revelar-se" ao homem (como afirmam as religiões!), nada o impediria de alcançar seu intento! rs! E é justamente sobre esta "possibilidade teológica" q ainda se sustentam as religiões em pleno século XXI.
ResponderExcluirCONTINUANDO, ALAN: Por isto o meu artigo aceita, metaforicamente, a "possiblidade de “relação" entre Deus/homem tanto quanto Homem/cão, manifestando "alguma capacidade sensorial" para "perceber ou intuir" a existência deste "Ser Superior", sem, contudo, ser capaz de definí-lo na íntegra ou de forma segura e irrefutável – tal como o cão, q apesar de reconhecer seu dono, não pode compreendê-lo em sua plenitude existencial. O artigo não visa aniquilar completamente a vivência “transcendental”, pois negar toda e qualquer "experimentação" ou "conexão" com o divino seria como rejeitar toda religião e, inclusive, toda a "mística individual" – o q não pode ser plenamente ignorado, pois faz parte do construto humano. E aceitá-lo com tamanha “restrição” a ponto de considerá-lo como algo infinitamente alheio e inacessível, ou absolutamente indizível, também é mais um conceito teológico dentre tantos. Porém, sabemos q nenhuma "teologia" pode ser considerada melhor ou mais verdadeira do que a outra. Teologia é apenas teologia! rs! Por outro lado, o "ceticismo absoluto", ou algo como "excluir Deus" até mesmo da vivência, da linguagem, do pensamento, da possibilidade, e do imaginário, tb não é, necessariamente, a atitude mais inteligente - por ser igualmente imaginária! Afinal, o fato do homem primitivo nunca ter visto outras galáxias, não significa q elas não existissem. rs! Assim sendo, meu artigo tb consiste em algum tipo de “tratado teológico”, mas não com intuito real de “definir” Deus de alguma forma, ou de delineá-lo, mas pretende apontar que há uma linha muito tênue que separa a teologia da ficção científica e da loucura... e q ela não poderia legitimar interesses político-econômicos das religiões, nem reduzir-se a mera ferramenta de manobra das massas indoutas. Penso, então, q ela deveria assemelhar-se apenas à arte: sendo uma divina manifestação do “belo”! ...E, finalmente, Alan, concordo com vc nesta lindaconclusão: “Viva ao ceticismo, viva à mística!” – um pouquinho de cada sempre faz bem! rs! ...Grande abraço, meu amigo! E volte sempre!
ResponderExcluirNão podemos defini-lo pelo que Ele é, mas pelo o que Ele não é
ResponderExcluirCaro Anônimo,já respondi a esta mesma questão nos meus 2 últimos comentários! Por favor, considere-os para você também!E obrigado por participar... Abraços!
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